SALVE A MANGUEIRA!

Vocês lembram que a Mangueira inaugurou o Sambódromo com esse Samba Enredo?

Que ela foi a última a desfilar e o povo nas arquibancadas gritavam já ganhou e a Mangueira foi e voltou por toda a passarela do samba com o povo atrás da Verde e Rosa, que aliás só não vai quem já morreu!

 


 

GRÊMIO RECREATIVO E CULTURAL MANGUEIRA DO AMANHÃ

CARNAVAL 2007

 

YES, NÓS TEMOS BRAGUINHA.

 

No carnaval de 2007, ao fazer a releitura do enredo “Yes, Nós Temos Braguinha” o Grêmio Recreativo e Cultural Mangueira do Amanhã busca reverenciar o centenário de Carlos Alberto Ferreira Braga, o João de Barro, o Braguinha, uma das maiores figuras da cultura e da música popular brasileira, artista surpreendente por sua versatilidade e brasilidade.

O enredo originalmente apresentado no Carnaval de 1984 está também carregado de símbolos, pois marca uma Mangueira que reage à onda de descaracterização da cultura brasileira e mostra a riqueza da criação nacional. Max Lopes, atual carnavalesco da Estação Primeira, foi, também, o carnavalesco que traduziu toda a poesia e a brasilidade do enredo em 1984, nos proporcionando um dos maiores enredos carnavalescos de todos os tempos.

O ano de 1984 marca a inauguração da Passarela dos Desfiles da Marques de Sapucaí, carinhosamente identificada como Sambódromo, palco dos grandes desfiles das Escolas de Samba do Rio de Janeiro. Na inauguração do Sambódromo a Estação Primeira de Mangueira desfilou, e levantou as arquibancadas conquistou o título de campeã da segunda-feira e, no sábado seguinte, sagra-se SUPERCAMPEÃ, sendo a única agremiação detentora desse título.

Embalada pelo samba-enredo de Hélio Turco, Jurandir, Comprido, Arroz e Jajá, eleito, em pesquisa realizada no ano 2000, o SAMBA DO SÉCULO o desfile da Estação Primeira de Mangueira em 1984 marcou inesquecíveis momentos do carnaval carioca.

Mas no ano de seu centenário, apesar de todas as belas lembranças revividas do desfile de 1984, nosso grande homenageado é Braguinha sua vida, sua obra que apresentamos a seguir.

Em 1907 nascia no Rio de Janeiro Carlos Alberto Ferreira Braga, um homem que se dedicou integralmente às artes. Braguinha como era chamado, nasceu em um momento muito especial para a cultura brasileira, uma época muito bonita de grandes movimentos culturais e sociais, sobretudo no cinema brasileiro, por isso este período foi conhecido como Bela Época. Desde muito cedo se encantou pela música e fez dela seu dia-a dia.

Durante seu período escolar, conheceu um grande amigo, instrumentalista, chamado Henrique Brito que acabou despertando nele o gosto pela arte musical e, aos 16 anos Braguinha compôs sua primeira música. Braguinha foi um estudante de Arquitetura e para fugir das perseguições do pai, que não queria o filho envolvido com artes, adotou o pseudônimo de João de Barro.

A paixão pela música cresceu e em 1928, junto com grandes amigos que também se tornariam mais tarde grandes artistas, Braguinha encantou o mundo musical com o conjunto Flor do Tempo. Em 1929, num canto mais forte ainda surge o Bando dos Tangarás. No desafio constante de cantar Braguinha, Noel Rosa, Henrique Brito, Alvinho e Almirante àquela época já haviam gravado 19 músicas, 15 delas compostas por Braguinha. E foram muitos clássicos que se tornaram imortais:
Melindrosas
O Rio Amanheceu Cantando
Seu Libório
Fim de Semana em Paquetá
Laura
Carinhoso
A saudade mata a gente
Felicidade
Onde o Céu Azul é Mais Azul
Copacabana, entre outras.

Braguinha dedicou-se também as canções e cantigas de São João compondo um gênero então chamado de junino com grandes músicas:
Mané Fogueteiro
Noites de Junho
Capelinha de Melão
Sobe Balão
Pedido a São João...

Em 1930 teve início um outro momento da cultura brasileira, a “Era de ouro” do carnaval e Braguinha foi novamente um personagem importantíssimo, pois foi responsável pela composição de marchinhas de carnaval que atravessaram gerações e nos encantam até hoje. Os temas eram de exaltação à mulher e ao dia-a-dia de nossa gente: A lourinha, a Morena e a Mulata são as tais.
Pastorinhas
Balancê,
Yes, nós temos bananas
Touradas em Madri
Pirata da Perna de Pau
Tem Gato na Tuba
China Pau
A Mulata é a tal
Chiquita Bacana
Tem um Marujo no Samba e muito mais...

Este foi também um tempo de lança-perfume e de confete e serpentino, que o levaram a indagar:
Onde andará o arlequim?
Onde andará a Colombina?
Onde andará o seu Pierrô?
Estes viviam à procura de um sonho que nunca se realizou...

SIM, Nós Somos e temos Braguinha, carnaval, tradição, sonhos de um mundo melhor, de um mundo onde crianças da Estação Primeira sejam sempre CIDADÃS


Texto:

Ligia   Freire

 Formatação: Ida Aranha

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