HAYDÉE  COLUSSI
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Mesa de Trabalho de Haydée Colussi
 
 
 

Nos trabalhos que se faz na vida sempre se deixa alguma digital tinta de sangue.

Deste sangue que escorre do coração para as mãos quando as idéias vão transbordando de dentro da gente.

É nas telas tatuadas com as tintas que uso que eu vejo melhor e que entendo um pouco mais o mundo que me cerca.

Dos projetos iniciais, assim que o trabalho começa a acontecer, pouco sobra. Tudo vai se modificando como se de alguma maneira própria os elementos fossem aos poucos tomando seus lugares de direito e agarrando as rédeas do andar de tudo em suas mãos.

De repente o tom da cor que eu acreditava ser perfeito para aquele específico ponto da tela já não se adapta e outro tom o susbstitui numa escolha aparentemente proposta pelo jeito que a tela foi tomando em seu acontecer.

Acho que há uma espécie de submissão não escrava a uma estética interna da própria obra.

Então novas imagens vão surgindo vindas de dentro de mim e se pondo ante meus olhos sempre atônitos.

 Não sei explicar muito bem mas sei que é assim que acontece.

A mim me parece que os elementos estéticos são, embora independentes entre si, tais como os instrumentos de uma orquestra, ligados quase como amantes em sua consonância.

 Esses elementos se completam e compõem juntos o trabalho final ou, como Caetano Veloso diz com sua característica perfeição de dizer, 

“ou não".

 

                                                 Haydée Colussi

 

 

 
 
Baleias
 
~
Balões
 
Bastidores
 
Chuva
 
Gala
 
Nininha
 
 
 
 
 
Fundo Musical:
 
Meditação
Tom Jobim,  *1927  +1994
Newton Mendonça, *1927  +1960
 
 
Produção e Formatação:
Mario Capelluto e Ida Aranha